No último dia do Encontro Abrint 2024, o primeiro painel do dia contou com a presença de Cristiana Camarate Quinalia, Conselheira Substituta da Anatel; Graziela Castello, Coordenadora de Estudos Setoriais da Cetic.br; Liza Fernanda Agra, Assessora do Ministério das Comunicações; Anibal Diniz, sócio da AD Advisors; Aristóteles Dantas, Diretor Financeiro da Abrint. O moderador foi Marcos Urupá, repórter na Teletime.
No início do painel, Aristóteles Dantas pediu que o governo e a Anatel ajustassem políticas públicas para que os pequenos prestadores possam contribuir com a pauta de conectividade significativa no Brasil. “Não podemos caminhar sozinhos. Precisamos da criação de políticas públicas para ascender em conectividade significativa”, afirmou Dantas.
Aumentar a qualidade da internet e levar conexão para localidades desassistidas é um desejo dos provedores, mas isso demanda um trabalho conjunto entre os setores público e privado e, para que o país avance nos quesitos de conectividade significativa, os provedores de serviços de internet (ISPs) precisam ter acesso a recursos financeiros.
“Os projetos para expansão da conectividade pelo território brasileiro devem ser feitos ‘a quatro mãos’. Reitero a necessidade de que as políticas públicas possam ser estendidas aos pequenos, porque elas não são fáceis de serem alcançadas”, disse.
Liza Fernanda Agra ressaltou que a pasta tem trabalhado ao lado do BID a fim de facilitar o acesso dos pequenos provedores ao mercado de crédito. “Estamos atentos às demandas dos provedores regionais. Para eles, pensamos que uma saída são os recursos do FUST, e estamos tentando viabilizar uma mobilidade com o BID”, afirmou.
Cristiana Camarate indicou que ainda há localidades que podem ser conectadas com backhaul de fibra óptica, como a instalação de 4 km de fibra em Posto da Mata, distrito de Nova Viçosa, na Bahia, tem a capacidade de atingir 20 mil pessoas.
“Hoje temos 11 mil localidades que precisam de backhaul, 4 milhões de pessoas estão esperando. Ainda temos 170 mil km de fibra para implantar”, afirmou. “Há interesse econômico e social a ser atingido. Acredito que, com um redesenho da conectividade significativa com os pequenos provedores, é possível atingir essas localidades”, ressaltou. Ela ainda pediu que os ISPs avaliem participar de iniciativas de redes comunitárias.
Para Aníbal Diniz, não se pode abdicar de nenhuma tecnologia de conexão (móvel, fixa e satelital) quando se quer expandir as redes e aumentar a qualidade do uso da internet. Porém, disse que as redes fixas são as que mais suportam o tráfego de dados, sendo o “carro-chefe da conectividade significativa no Brasil”. Ele também se posicionou a favor da manutenção da destinação integral da banda de 6 GHz para os serviços não licenciados, sendo o Wi-Fi o principal deles.
“A banda larga fixa precisa de um componente essencial, o qual é o Wi-Fi. Sem isso, perde competitividade. E quando se trata de Wi-Fi, a responsabilidade é toda da Anatel. Precisamos convencer a agência de que a experiência da banda de 6 GHz precisa ser mantida”, finalizou.