A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) divulgou, nesta quinta-feira (27), um estudo inédito consolidando dados econômicos e financeiros das Prestadoras de Pequeno Porte (PPPs). O levantamento detalha os investimentos realizados, a expansão da infraestrutura de banda larga fixa e o volume de tráfego de dados. Os números reforçam a importância das provedoras regionais na conectividade do país e na democratização do acesso à internet, consolidando seu papel essencial no mercado de banda larga fixa.
Entre os principais destaques do estudo, as PPPs foram responsáveis, em média, por 64% dos investimentos em banda larga fixa no período analisado, que abrange seis trimestres. No total, essas empresas investiram aproximadamente R$ 18 bilhões na construção e ampliação de suas próprias infraestruturas, refletindo seu compromisso com a expansão do serviço.
O crescimento também se reflete nas receitas do setor. As provedoras regionais representam cerca de 46% do faturamento total do mercado de banda larga fixa, com um aumento de 20% no período. Em alguns estados do Nordeste, as PPPs chegam a responder por 70% a 80% da receita operacional líquida do Serviço de Comunicação Multimídia (SCM).
No indicador de receita média por usuário (ARPU), o estudo aponta um valor de R$ 92 para as PPPs. A Anatel destaca que essa média reflete a atuação predominante dessas empresas em regiões de menor poder aquisitivo, em contraste com as áreas preferenciais das grandes operadoras.
Em termos de receita média por usuário (ARPU), as PPPs demonstram investimentos de R$ 92. Segundo a Anatel, os valores são explicados pelo fato que as prestadoras atuam, geralmente, em regiões de menor poder aquisitivo, quando comparada aos locais preferenciais das não-PPPs. O tráfego de dados também reforça a relevância das provedoras regionais, que geram, em média, 46% do volume total de dados nas redes de banda larga, valor quase equivalente as grandes operadoras.
Para o superintendente de Competição da Anatel, José Borges, os resultados evidenciam o sucesso do modelo brasileiro no cenário global. “As evidências do estudo demonstram que o Brasil é um caso ímpar e bem-sucedido no cenário mundial”, afirmou. O levantamento destaca ainda que os investimentos no setor geram um “efeito multiplicador sobre a economia”, impulsionando a competitividade, a produtividade e a inovação em diversas áreas. Além disso, a qualidade do serviço prestado pelas PPPs está diretamente ligada à redução das desigualdades sociais, uma vez que essas empresas atuam, majoritariamente, em regiões de difícil acesso e áreas periféricas.