Durante o painel “Crescimento e investimento no panorama das ISPs”, realizado no Capacity Latam, Mauricélio Oliveira, presidente da Abrint, discutiu a integração de provedores de serviços de internet (ISPs) com tecnologias emergentes, bem como o papel fundamental dos pequenos provedores na inclusão digital e os desafios regulatórios e técnicos para a expansão da banda larga de alta velocidade na América Latina.
Na ocasião, o presidente destacou que os pequenos provedores de internet revolucionaram a banda larga fixa no Brasil nos últimos 10 anos, conectando cerca de 10 vezes mais brasileiros e respondendo por aproximadamente 54% do mercado de banda larga do país. Nesse sentido, a expansão desses ISPs regionais tem viabilizado o crescimento do comércio eletrônico, o acesso a serviços públicos e educacionais e a geração de renda local. Ainda ressaltou que esse avanço só foi possível devido ao modelo regulatório brasileiro, que permitiu o crescimento desses provedores e serviu de referência global.
No entanto, ele alertou que esses ISPs ainda enfrentam desafios, como a concorrência desigual com grandes grupos econômicos e um ambiente regulatório instável, impactado por pressões de setores específicos. Outro tema abordado foi a destinação integral da faixa de 6 GHz para Wi-Fi não licenciado, que segundo o presidente, reduziria custos, ampliaria redes Wi-Fi e melhoraria a qualidade da conexão. “Essa estratégia possibilita maior eficiência na utilização do espectro sem os altos custos do licenciamento, gerando uma expansão significativa das redes Wi-Fi, ampliando velocidades, reduzindo latência e aumentando a qualidade geral da conexão disponível para usuários finais.” Explicou Oliveira.
Por fim, para o presidente da Abrint, o futuro da conectividade na América Latina depende de um ecossistema regulatório que proteja a competitividade dos ISPs regionais. Ele reforçou que a manutenção das assimetrias regulatórias e o apoio a esses pequenos provedores são essenciais para garantir inovação, inclusão digital e desenvolvimento econômico sustentável no Brasil e em toda a região.